A corrida evolucionaria para a sobrevivência dos insetos
Photo: A.Franck, Cirad
Pesquisadores descobrem que mosca-branca (Bemisia tabaci) incorporou um gene (BtPMaT1) das plantas em seu genoma há cerca de 35 milhões de anos e agora o usa para neutralizar toxinas que as plantas produzem para se defender de insetos
Em
algum momento pouco mais de 35 milhões de anos atrás uma mosca-branca pousou em
uma folha e começou a se alimentar através da sucção do floema. Essa refeição
forneceu muito mais do que açúcar. De alguma forma, um gene de planta se aderiu
ao genoma da mosca-branca e isso ajudou seus ancestrais a se tornarem uma das
pragas agrícolas de maior notoriedade. Foi isso que pesquisadores mostraram
para toda comunidade cientifica no mês de março deste ano na revista cientifica
Cell e que despertou curiosidade e
espanto em muita gente.
A transferência horizontal de genes é a troca não sexual de genes entre espécies. Existem várias maneiras de ocorrer a transferência horizontal de genes, o material genético pode ser transferido por fagos ou outros vírus, e alguns organismos podem absorver DNA livre do ambiente. Isso é muito comum em seres procarióticos, entretanto, raras vezes foi reportado transferência horizontal de genes em seres eucarióticos.
A
equipe de pesquisadores não iniciou em busca de evidencias de passagem de genes
interespécies envolvendo mosca-branca, diz o co-autor Ted Turlings, ecologista
químico da Universidade de Neuchâtel. O colega de pesquisa de Turlings, Youjun
Zhang, e sua equipe da Academia Chinesa de Ciências Agrícolas, originalmente se
propuseram a entender como essa praga consegue escapar das defesas de tantas
plantas. “As moscas-brancas causam
doenças nas plantas. Elas podem devastar plantações, é por isso que são tão
economicamente importantes no mundo todo”, diz Turlings.
O
laboratório de Zhang começou buscando no genoma da mosca-branca genes que
ajudassem a resistir as substâncias tóxicas naturais liberadas pelas plantas.
Depois de comparar seu genoma com insetos semelhantes que não são resistentes,
eles chegaram ao gene BtPMaT1. Em seguida, a equipe de pesquisadores foi à
procura das raízes evolutivas do gene usando os bancos de dados de genomas do
National Center for Biotechnology Information. Nenhum outro inseto compartilhou
o gene ou mesmo um semelhante a ele.
Eventualmente,
em um dos bancos de dados, eles encontraram evidências de genes semelhantes,
mas eles estavam em plantas, não em outros insetos. A equipe suspeita que um
vírus em uma planta incorporou o gene há cerca de 35 milhões de anos, então uma
mosca-branca se alimentou da planta infectada. O vírus transferiu o gene para o
genoma do inseto, que então se fixou na população.
O
gene BtPMaT1 ajuda as plantas a neutralizar e armazenar com segurança certas
moléculas tóxicas que usam para deter os herbívoros. Em moscas-brancas (Bemisia tabaci), permite que os insetos
se alimentem da flora, sem deixar abater por uma das melhores armas químicas
das plantas, os glicosídeos fenólicos.
Para
ter certeza e comprovar que a mosca-branca realmente estava com um gene de
defesa vindo da planta, os pesquisadores criaram plantas de tomate
geneticamente modificadas com a toxina para expressar o RNA que interfere no
gene. Quando os insetos se alimentaram dessas plantas, o gene protetor foi
silenciado e os insetos morreram. Quando um outro inseto, Myzus persicae, sem o gene BtPMaT1 foi colocado para se alimentar
destas plantas, sua taxa de mortalidade permaneceu inalterada, sugerindo que os
pesquisadores podem ser capazes de desenvolver plantas resistentes às moscas,
mas que isso não vale para outras espécies.
Esta descoberta nos põe a pensar sobre até onde a coevolução entre inseto-planta pode chegar para que a sobrevivência de um se sobressaia em detrimento da mortalidade do outro.
Para mais informações:
J. Xia et al., “Whitefly hijacks a plant detoxification gene that neutralizes plant toxins,” Cell, doi:10.1016/j.cell.2021.02.014, 2021.
Este texto foi extraído da notícia: https://www.the-scientist.com/news-opinion/first-report-of-horizontal-gene-transfer-between-plant-and-animal-68597
The evolutionary struggle for the survival of insetos explores the adaptations that these organisms have developed over time to deal with predators, environmental changes, and biological challenges. O escritório enfatiza a relevância da velocidade como camuflagem, resistência a pesticidas e comportamentos sociais na batalha constante por sobrevivência.
ResponderExcluirExcelente reflexão sobre a evolução dos insetos! A luta pela sobrevivência deles é fascinante e essencial para o equilíbrio ecológico. A adaptação deles ao ambiente é uma verdadeira demonstração de resiliência e complexidade na natureza.abogados divorcio northern virginia
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