https://www.planocritico.com/critica-vida-de-inseto/A natureza é dotada de vários processos de comunicação e todos os seres vivos desde os mais antigos aos mais complexos no trajeto evolutivo necessitam comunicar para garantir a sobrevivência. Os povos primitivos recorriam ao cheiro de amimais para realizar determinados atos do cotidiano e ainda hoje algumas tribos africanas localizam os animais que pretendem caçar através do odor que estes liberam. Os insetos também estão entre os seres que mais se utilizam o odor para desempenhar atividades de subsistência, tendo esses um papel determinante na localização de presas, na defesa contra inimigos, na seleção de plantas hospedeiras, na corte e no acasalamento e na escolha de locais para oviposição, na organização das atividades sociais e em diversos outros comportamentos inerentes a cada espécie. Além de sinais táteis, visuais e auditivos, os insetos utilizam semioquímicos, ou sinais químicos, na mediação de diversos tipos de interação entre indivíduos da mesma espécie e de espécies diferentes.
A comunicação química entre os insetos tem um papel determinante no sucesso da espécie tendo em vista que muitos deles apresentam um ciclo de vida bastante curto. E comunicação, nada mais é do que, um processo que envolve a transmissão de sinais entre organismos, o qual confere em algumas situações, vantagens apenas para o organismo emissor e seu grupo ou em outras situações, apenas para o organismo receptor ou para ambos os organismos emissores ou receptores da mensagem.
Como os insetos se comunicam?
Os insetos exercem a comunicação através de sons, detecção e emissão de compostos químicos, chamados de semioquímicos. E é a partir desses compostos que os insetos encontram parceiros para o acasalamento, alimento ou presa, escolhem local de oviposição, se defendem contra predadores e organizam suas comunidades, no caso dos insetos sociais, os compostos utilizados na intermediação de relações entre os mesmos são denominados feromônios. Os insetos sociais possuem mecanismos bem desenvolvidos de comunicação química, sendo os receptores olfativos amplamente utilizados nesse processo, conhecidos como hidrocarbonetos, que presentes na cutícula constituem o grupo de compostos químicos de importância fundamental para a sinalização intra e intercolonial.
Tipos de comunicação
A comunicação entre insetos pode acontecer de forma intraespecífica ou interespecífica. Toda e qualquer substância química utilizada na comunicação entre os seres vivos na natureza é denominada de semioquímicos. Os semioquímicos atuam entre indivíduos de uma mesma espécie (intraespecífico) e entre indivíduos de espécies distintas (interespecífica) e podem ser dividias em feromônios e aleloquímicos respectivamente.
Comunicação por feromônios
Fonte: portaldosanimais.com.br
Dentro de uma mesma espécie a comunicação é realizada através do feromônio, que pode ser classificado dependendo da função, que por ele é exercida. Existem os feromônios de trilha, que geralmente são emitidos por formigas e formam um rastro de sinais químicos indicando a direção a ser seguida por outras formigas da mesma espécie.
Comunicação por aleloquímicos
A comunicação química entre espécies diferentes de insetos ocorre através de aleloquímicos. Substâncias que são classificadas de acordo com a espécie que se beneficia com o sinal emitido. Essas substâncias são chamadas de alomônios, que favorecem a espécie emissora (geralmente substâncias de defesa da espécie emissora), os cairomônios favorecem a espécie receptora, geralmente utilizados pelo predador na localização da presa. E os sinomônios, com os quais ambas as espécies são favorecidas (por exemplo, os compostos que atraem parasitoides emitidos por plantas após a herbivoria).
Ao exercerem a comunicação, seja ela dentro de uma mesma espécie ou entre espécies diferentes, os insetos desempenham importantes relações ecológicas com o ambiente e com os outros organismos do meio, pois durante esta comunicação os compostos emitidos ao indivíduo receptor da mensagem química agem como gatilhos fisiológicos de reações comportamentais específicas, provocando reações benéficas ou maléficas ao indivíduo alvo, o que pode garantir o equilíbrio entre as espécies.
Uso de semioquímicos na agricultura
Em programas de manejo integrado de pragas (MIP) o uso dessas substâncias vem se tornando um modelo estratégico bastante eficaz no controle de pragas para culturas agrícolas, e os maiores avanços estão sempre relacionados ao uso de feromônios sexuais. A aplicação de feromônios, como medida alternativa para controle de pragas, proporciona uma série de vantagens, com a simplicidade na aplicação, alvo específico, economia e menor impacto ambiental.
Exemplos do uso de feromônios podem ser encontrados em diferentes culturas pelo mundo. São exemplos no Brasil, o monitoramento das populações de Anthonomus grandis, através do feromônio de agregação (Grandlure®) produzido pelos machos, e o uso do feromônio de agregação (Rincoforol®) para coleta massal da broca-do-olho-do-coqueiro Rhynchophorus palmarum L. Além disso, pode-se ressaltar o monitoramento de populações de Migdolus fryanus (Coleoptera: Vesperidae) em canade-açúcar e de Ecdytolopha aurantiana (Lima, 1927) (Lepidoptera: Tortricidae) em citros, ambos através da liberação do feromônio sexual produzido pelas fêmeas. Outro caso é o de monitoramento e confusão sexual de Grapholita molesta (Busck 1916) (Lepidoptera: Tortricidae) em pomares de maçã, pêssego, pera, ameixa e nêspera, através da liberação do feromônio sexual (Biolita®) produzido pelas fêmeas.
Medidas de controle baseados na utilização de semioquímicos contribuem para a racionalização do uso de inseticidas e, como consequência a essa diminuição, ocorre uma redução dos custos de produção e no impacto ao meio ambiente e ao homem. Essa redução do uso de inseticidas é relevante diante do cenário da agricultura atual, cuja produção agrícola mundial sofre com exigências de alta produtividade aliada a preservação dos recursos naturais. Por isso, novas técnicas de controle de pragas que utilizem menos inseticidas devem ser desenvolvidas e integradas ao MIP.
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Tema fascinante! A comunicação química entre os insetos é um exemplo incrível de como a natureza cria soluções eficientes. Aprender mais sobre esses processos pode ampliar nosso entendimento sobre o comportamento animal e os ecossistemas. Muito interessante!abogado trafico hanover va
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