Fungo leva cigarras a copularem até a morte


As cigarras são insetos da ordem dos homópteros, pertencentes a família dos cicadídeos, e se distinguem dos outros insetos da mesma ordem pela forma achatada e robusta do corpo. Os adultos emergem depois de passar um longo período sob o solo, às vezes superior a dez anos, dependendo da espécie. Ao final deste período, pode ocorrer o contato com um organismo bastante prejudicial durante a sua subida até a superfície. Trata-se de um fungo mortal chamado Massospora cicadina. Este fenômeno foi observado por cientistas da Universidade de West Virginia, nos Estados Unidos. Os insetos afetados pela substância liberada pelo fungo entram em delírio e começam copular até seus órgãos genitais serem totalmente destruídos.
                                                             

No caso das cigarras macho, o efeito que os impulsiona de forma descontrolada os fez copular uns com os outros e com absolutamente tudo que viam pela frente. Devido à presença do fungo no organismo do inseto, alguns de seus membros, além dos genitais, chegaram a se desprender do corpo, mas nem isso foi suficiente para fazê-los parar, até que chegassem a morte. Até dois terços do corpo das cigarras foram perdidos nesse processo. Os pesquisadores já haviam identificado o comportamento inusitado dessas cigarras infectadas, mas não sabiam exatamente quais substâncias as levavam compulsão sexual.
                                                                           

Para descobrir o que estava provocando o comportamento inusitado, os cientistas analisaram cigarras infectadas pelo fungo Massospora e descobriram que uma espécie específica desse fungo, o Massospora cicadina, é capaz de produzir catinona, uma anfetamina que só havia sido detectada em plantas até então. E também alguns alucinógenos que são semelhantes aos que estão presentes em cogumelos alucinantes.
Na esfera dos humanos, as catinonas sintéticas são comumente conhecidas como “sais de banho”, uma droga estimulante que afeta o sistema nervoso central. Segundo as pesquisas, as catinonas podem não ser as únicas responsáveis por este comportamento incomum. As cigarras também eram afetadas por alucinógenos produzidos por outras variações do fungo, como as espécies Massamorra platypediae e Massospora levispora que produzem uma substância química chamada psilocibina, a mesma substância encontrada em cogumelos alucinógenos. As cigarras entram em contato com o fungo no subsolo antes de emergirem à superfície como adultos, disse Matt Kasson, um dos colaboradores da pesquisa. Depois, o fungo é transmitido sexualmente entre elas. Os cientistas planejam sequenciar o genoma do fungo e analisar a expressão gênica em cigarras saudáveis e infectadas para entender melhor os aspectos genéticos da descoberta. De acordo com Matt Kasson, o estudo pode servir para o desenvolvimento de novos medicamentos pela indústria farmacêutica, pois não se trata apenas de um estimulante sexual, mas sim de químicos que possam tratar também doenças psíquicas. Estudos recentes sugerem que pequenas doses de psilocibina possam ajudar a combater casos de pessoas com quadros depressivos.



Imagens: Matt Kasson/Universidade de West Virginia/Reprodução
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4 comentários:

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